- Blog do CaraECULTURANEGRA

ANUNCIOS

27 de janeiro de 2018

Jean-Michel Basquiat: primeira grande retrospectiva do artista chega 

a São Paulo

Em cartaz a partir desta quinta (dia 25), no Centro Cultural Banco do Brasil, a exposição reúne mais de 80 trabalhos assinados por Jean-Michel Basquiat, entre eles, parcerias com Andy Warhol. Mostra itinerante segue depois para Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro

http://revistamarieclaire.globo.com/Cultura/noticia/2018/01/jean-michel-basquiat-primeira-grande-retrospectiva-do-artista-chega-sao-paulo.html
Jean-Michel Basquiat (1960-1988) ainda era criança quando disse ao pai, Gérard Basquiat, que seria famoso. Mas o artista norte-americano certamente não imaginava que se tornaria um ícone da cultura e da arte pop, com obras avaliadas em até US$ 110,5 milhões de dólares (mais de R$ 300 milhões, valor de um quadro vendido no ano passado). Autor de pinturas icônicas e referência em street art, Basquiat finalmente será tema de uma retrospectiva no Brasil, com mais de 80 peças de sua autoria em exibição a partir desta quinta (25), no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo - posteriormente, a mostra segue para unidades do CCBB em Belo Horizonte, no Rio e no Distrito Federal.

Telas de grandes dimensões, desenhos e até uma porta pintados pelo nova-iorquino mostram as diversas fases de uma carreira que foi curta, mas intensa. Basquiat morreu muito jovem, aos 27 anos, vítima de uma overdose de cocaína e ecstasy. Até esse período, no entanto, criou freneticamente. “Ele pintava em portas, geladeiras, paredes e até no chão”, conta o curador da exposição, Pieter Tjabbes. O resultado é um legado de cerca de 2.000 peças, a maior parte delas nas mãos de colecionadores particulares. O conjunto que ocupa o CCSP pertence ao colecionador israelense Jose Mugrabi, que conheceu Basquiat na época em que ele fazia trabalhos em parceria com Andy Warhol - por isso, três telas desse período ganham destaque no segundo andar da instituição. 

A exposição explicita algumas das principais referências do artista, como sua obsessão por membros como pés e mãos, graças a um livro de anatomia que ganhou da mãe, Matilde Andrades, aos 7 anos. O presente foi dado depois de Basquiat ter sido atropelado e era um passatempo para a temporada em que ele esteve em recuperação. A coroa, outro símbolo que permeia suas pinturas, também aparece em destaque, bem como as frases que cobrem diversas de suas telas.

Menos populares, os desenhos, todos reunidos em uma sala no subsolo, explicitam o processo de criação do artista. É neste mesmo espaço que está uma das pinturas mais impressionantes da mostra, Procession (1986), que mostra um homem segurando uma caveira sobre a cabeça, enquanto outros quatro imploram por ela em fila. Entre as curiosidades, há uma coleção de pratos pintados em homenagem a personagens que inspiraram Basquiat, em que se lêem os nomes de Warhol, Picasso, Julian Schnabel, Cezane e Keith Haring, entre outros.
Filho de um contador haitiano, colecionador de discos de jazz, e de uma porto-riquenha interessada em artes, que costumava levar o filho para passear em museus, Basquiat nasceu e cresceu no Brooklyn, em Nova York, e viveu na decadente Manhattan dos anos 1970, quando a cidade era, ao mesmo tempo, uma das mais violentas do mundo, mas também um polo criativo onde viviam artistas como Cindy Sherman, Patti Smith, Lou Reed e Madonna - de quem Basquiat foi namorado. Em meio a esse efervescente cenário em que os limites eram testados em noitadas de sexo, drogas e rock´n roll, o adolescente Basquiat destacou-se primeiro por grafites em muros e nos metrôs nova-iorquinos, assinados em parceria com o amigo Al Diaz sob o pseudônimo Samo (same old shit ou “mesma merda”, em tradução literal), e, posteriormente, sozinho, como um dos protegidos de Andy Warhol.  

Em São Paulo, será possível conferir sua trajetória até 7 abril. A partir do dia 21, a exposição estará em Brasília e segue depois para o BH (16 de julho a 26 de setembro) e Rio (12 de outubro a 8 de janeiro de 2019). Como são esperadas longas filas, a recomendação é chegar bem cedo: o CCBB abre para visitação às 9h.


Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (R. Álvares Penteado, 112, Centro. Qua. a seg., das 9h às 21h.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
//